Ligeiramente Interessante

O que eu mais gosto na internet é que além de ser só uma versão melhorada dos meios de comunicação anteriores, com ela é possível alguns conceitos que eram completa e absolutamente absurdos anteriormente. Falar com gente que está literalmente do outro lado do mundo é um exemplo. Pornografia grátis e virtualmente ilimitada é outro. Mas às vezes, a internet vai além do óbvio, e temos como resultado o que é o tema desse texto.

É o seguinte. Existe esse site chamado Reddit, que caso você não conheça, já me diz que você não passa tempo o suficiente na internet, mas dou-me o trabalho de explicar como é o negócio: É, mais ou menos, um Tumblr coletivo. Existem várias divisões no site (chamados subreddits) dedicados cada um à um tema específico, onde as pessoas postam coisas relacionadas a esses temas: vídeos, imagens, notícias, whatever. As pessoas então votam nessas postagens, e as com mais votos ganham destaque e vão pra frontpage, a “página principal” do subreddit.

Em geral, esses subreddits são o que você esperaria da internet. Tem o subreddit dedicado à coisas engraçadas, tem o dedicado à games, tem o dedicados à japinhas gostosas, o de sempre. Às vezes eles vão um pouco além do que você normalmente esperaria, como é o caso desse dedicado à imagens estranhas e bizarras com pirombas (aviso, não clique, NSFL), ou desse, que possui como tema dragões fazendo sexo com carros (aviso, clique, é hilário), ou ainda desse, que é dedicado à (ugh, fico mal só de digitar)… Nicolas Cage.

Mas às vezes, algumas poucas vezes o que é criado é um conceito absolutamente novo e, na minha opinião, genial. É o caso do Mildly Interesting, ou traduzindo, Ligeiramente Interessante.  Na verdade uma tradução mais correta seria “medianamente interessante”, mas cá entre nós, que tipo de mongol fala “medianamente” hoje em dia?

Mas então. Esse é um subreddit dedicado à coisas que são, you know, levemente interessantes. Não MUITO interessantes, atente. Levemente interessantes.

Sabe aquelas situações em que você está de bobeira conversando com os amigos, por exemplo, e eis que de repente você repara que, hey, a sombra do Rogério parece com o Abraham Lincoln!

“Finalmente esse seu cavanhaque escroto serviu pra alguma coisa útil!”

Ou então, você tem que digitar aqueles códigos para provar que você não é um robô antes de baixar o último episódio de Game of Thrones, e você recebe não só duas palavras iguais, mas as duas são “same”:

Caso você seja burro e não saiba, “same” significa igual / o mesmo

Essas situações assim. Existe algo de estranhamente satisfatório nessas situações. Algo quase… primal. É um momento em que coisas aparentemente não relacionadas se encontram e se encaixam de uma forma tão perfeita e sutil, que por alguns segundos você sente uma felicidade sincera, do tipo que você só sente quando se dá conta de que, caramba, essas bolhas são bem mais homogênias que o normal!

Nem tente fingir que você não sorriu vendo essa foto

Entende? É um sentimento interior, natural, por um momento é como se o universo inteiro tivese conspirado para que essa pequena coincidência tivesse acontecido, e bosta, aposto que você acha que to usando umas drogas pesadas demais. Não to drogado, fio. É a mágica do Levemente Interessante. 

O que me leva a outro ponto. Às vezes, algo é um pouco interessante, mas não o suficiente pra nos dar o sentimento pleno do Levemente Interessante (sim, isso é nome próprio agora).

Como encontrar seis carros pratas seguidos

Sabe, é mais que meh, mas menos que ligeiramente interessante.

Algumas vezes, ele se encontra mais ao topo da parábola do interessante, quando é uma coincidência maior, ou alguma peculariedade inesperada.

Tipo o seu Corneto vir sem a casca

Mas às vezes, raríssimas vezes, o universo nos presenteia com algo que é exatamente tão Interessante quanto o necessário. Algo com uma quantidade tão alta de Ligeiramente, que é impossível pensar qualquer coisa além de que se existe mesmo um deus, e ele criou o universo com um propósito, foi pra que aquele momento ocorresse. O epítomo da Criação, certamente. Uma pequena fração de segundo onde ninguém no mundo sentiu fome, a dor de todos é diminuída à zero, e não há nenhum aparelho eletrônico no planeta tocando algo da Nicki Minaj.

Os pássaros cantam, os bebês sorriem, um corintiano é preso, um panda nasce, a vida floresce mais feliz em todo o globo, porque o universo, num momento de inspiração magistral, fez com que você, ao circular algo no seu caderno duas vezes, fez com que os pontos em que os círculos se cruzam por algum acaso também se cruzassem exatamente com as linhas do caderno:

AAAAAAAAAWWWW   YEEEEEAAAAAAHHHHH

Sentiu isso? Como uma coceira lá no fundo do seu cérebro, que finalmente você alcançou. Aquele êxtase momentâneo, aquela sensação de vitória, aquela realização de que esse foi um dos momentos mais Ligeiramentes da sua vida, e que quando você se de conta ele já passou. É quase uma metáfora pra todos os momentos bons que agente vive mesmo: você só percebe o quão bom ele foi quando ele já acabou, e não, porra, já disse que eu não to drogado, pare de me olhar com essa cara.

Paradoxalmente, algo pode ser TÃO ligeiramente interessante, que ele se torna realmente interessante. E o contrário não pode acontecer. E isso por si só é bastante interessante.

Mas é isso. Aah. Eu não consigo nem pensar direito agora, depois de ver aquela imagem. É perfeito demais. Vou até botar ela de novo, porque why the hell not?

Magnificente.

Vou dormir como um anjo hoje. E você, clica aqui pra ver mais coisas com alta dosagem de Ligeiramente. Você não vai se arrepender, sério.

Ah, quem eu quero enganar? Você quer é o sub das japinhas gostosas né? Sobe lá e busca o link, que tô com preguiça de procurar a URL delas de novo. Ou clica no do Ligeiramente Interessante que tá logo ali, ó. Sua escolha.

As bombas e as torres

Esse foi um texto que eu escrevi para uma aula de Geografia. A proposta de texto era “Faça uma comparação entre a utilização de bombas atômicas na 2ª Guerra Mundial, e os atentados de 11 de Setembro”. Desnecessário dizer, esse meu professor é um tanto quanto anti-EUA. Ele, por exemplo, tem “certas duvidas” sobre se o 11 de Setembro não foi orquestrado pelo próprio governo americano. Porque, obviamente, se tem uma pessoa destinada a conseguir ver a verdade por trás das mentiras da maior superpotência do mundo, é um professor de Geografia de Foz do Iguaçu. 

Basicamente um James Bond da vida real.

De qualquer forma, esse foi o texto que eu escrevi:

Comparar o ataque à Hiroshima e Nagasaki durante a 2ª Guerra Mundial com o atentado às torres gêmeas é, para dizer o mínimo, uma análise rasa e, não raramente, sinal de antiamericanismo gratuito. Uma tentativa fraca de demonizar um país inteiro.

O argumento mais comum para classificar o uso de bombas atômicas contra o Japão como forma de terrorismo é o que ele matou principalmente civis. Enquanto isso é definitivamente um ato covarde e terrível, devemos lembrar-nos do contexto histórico em que isso ocorreu, nesse caso, o contexto era não só o de uma guerra mundial, mas também o da maior corrida armamentista da história. Engana-se quem pensa que os EUA foram o único país a tentar construir armamento atômico, e um dos países nessa corrida nuclear foi – adivinhe – O Japão. E querer com todas as forças fazer com que os Estados Unidos passem por vilão é o único motivo que poderia levar alguém a acreditar que o Japão hesitaria por um segundo de utilizar bombas atômicas sobre os americanos, tivesse ele dominado a tecnologia nuclear antes dos ianques. Logo os japoneses, que usavam seus próprios aviões como mísseis tripulados.

Esse é o ponto principal: nessa época, todos estavam dispostos a tudo. A propaganda havia distorcido a mente de todos em ambos os lados da guerra, e a imagem que vinha à cabeça das pessoas ao citarem os inimigos de seu país era mais que a de um ser sub-humano. Era a imagem de uma praga, que não apenas deveria, mas merecia ser dizimada a todo custo. E, levando isso pra questão moral, não há diferença nenhuma entre querer e estar totalmente disposto a matar uma nação inteira (e apenas não fazer isso por não possuir os meios necessários), e conseguir efetivamente realizar tal ação.

Dito isso, é possível argumentar ainda que mesmo o próprio Japão não deu a devida importância aos ataques, mais precisamente, à primeira bomba lançada. Não só eles não se renderam, como o governo já tinha começado a anunciar que o incidente em Hiroshima havia sido não um ataque, mas sim algum fenômeno natural desconhecido. A cultura japonesa sempre foi muito ligada à honra, e a rendição seria, na visão deles, desonroso para com o Império, e assim um fado ainda pior que a morte de milhares de seus compatriotas. Apenas após a completa destruição de duas cidades o imperador assinou a rendição de seu país, e, digno de nota, é o fato de que foi tentado um golpe de Estado logo antes disso. O motivo do golpe? Impedir que o imperador se rendesse.

Nada disso torna o ato dos americanos menos pior, de nenhum jeito. A questão é que eles também não foram algum tipo de vilão sem preocupação com éticas ou morais. Eles apenas cometeram o erro que seu inimigo não pensaria duas vezes em cometer.

O que é muito diferente de um atentado terrorista, que tem como objetivo apenas divulgar uma mensagem radical ao custo de vidas de pessoas que nem sequer sabiam que eram “inimigas” de alguém, ou que havia uma disputa para começo de conversa. Isso porque na maior parte das vezes, realmente não há. Há apenas a mente deturpada de algumas poucas pessoas, que concluíram que o jeito mais fácil de fazer as pessoas concordarem com elas é através da violência gratuita.

Por sorte, o número de gente assim é cada vez menor. Pensando bem, não podemos nem considerar esse tipo de pessoa como sendo um ser humano. São animais, que merecem ser obliterados da face da Terra. Seria completamente justificado, visto que são basicamente bárbaros.

Esse discurso soa familiar pra você? Acredite, não é mera coincidência.

Updatezim e mudança de planos

Saldo do meu primeiro trimestre de auto-melhoramento:

100 em Ensino Religioso lol

Nada mal. Nada mal at all. Mas ainda dá pra melhorar. E é o que pretendo fazer esse trimestre agora. Mas pra isso, farei algumas mudanças no meu approach em relação aos estudos e produtividade em geral.

Haha, e essa agora? Itálico pra destacar palavrinha estrangeira, quanta classe. Mas divago.

O negócio é o seguinte: quando comecei com tudo isso, o que eu estabeleci pra mim mesmo foram metas diárias. Estudar tanto tempo todo dia, ser produtivo por mais tanto tempo todo dia. O problema com isso é que de vez em quando você simplesmente não consegue fazer o que estipulou, seja por compromissos inesperados, seja por um dia mais cansativo que o normal, seja apenas por preguiça mesmo. Acontece.

O problema é que essas pequenas exceções vão se acumulando, e pior, vão se tornando mais frequentes. Quando me dei conta, estava praticamente no ponto inicial novamente, como a falta de posts por dois meses aqui deixa claro.

Por sorte, os esforços que tomei lá no começo do ano não foram em vão, e eu nunca realmente tive dificuldades com a escola, então minhas notas foram muito boas. Mas poderiam ser melhores. Como li uma vez, o pior inferno possível seria um em que você se encontrasse com versões mais bem sucedidas de si mesmo, versões essas que você poderia ter se tornado se tivesse caso esforçado mais do que se esforçou.

E é por isso que estou fazendo essas alterações com meus objetivos. Agora, o que eu me estabeleci são metas semanais. Toda sexta feira, eu tenho que ter completado as seguintes metas:

– 6 horas de estudo

– 2 textos

– 1 desenho

Pode não parecer muito (porque não é), mas é alguma coisa, e eu não estou preso a algo diário. Num dia que eu esteja me sentindo particularmente vagabundo, posso deixar para compensar essa preguiça no dia seguinte, ou em doses homeopáticas ao longo do resto da semana. Do mesmo jeito, caso eu esteja me sentindo num ânimo produtivo, posso fazer mais do que o normal, e me permitir relaxar mais nos dias seguintes.

Ainda tenho ajustes a fazer nesse sistema, óbvio. Mas acho que vai funcionar, ou ao menos vai funcionar melhor / por mais tempo que o anterior. Veremos.