Por essa nem eu esperava

Eis que eu estou de boa morrendo de tédio durante a formatura da minha irmã – aparentemente, aqui no Paraná, completar o primeiro grau é algo grandioso o suficiente para ser digno de celebração – e, pra passar o tempo, fico futucando em diversas redes sociais, quando de repente uns amigos no Facebook começam a me congratular por eu ter passado no vestibular da Unioeste, em que eu participei esse ano.

Peraí, eu passei?

O resultado tinha saído, mas eu nem tinha esperança de passar, então nem me incomodei de ver a lista da classificação. Corri no site da universidade, e lá estava:

Passei. That’s right, bitches. Passei. Em sexto ainda por cima. Porra, considerando que eu to no segundo ano ainda, fiquei feliz demais.

Resta saber se eu que fui bem ou se o resto dos inscritos conseguiu a proeza de ser mair burro do que eu.

E olha, por mais que seja difícil de conseguir ser mais burro do que eu, considerando que meu grau de confiança durante a prova, em mais de uma vez, flutuou entre “Ah, pera, eu lembro disso, bosta, porque eu não estudei mais? Pensa, pensa…” e “Quer saber? Foda-se. Uni-du-ni-tê…”, tenho a impressão que o que aconteceu foi isso mesmo.

Mas passei. Mano, eu passei. Foda.

Saya

Eu tenho a teoria de que todo adolescente é estúpido. Sim, todos. Absolutamente todos. 100% deles.

Ok, ok, provavelmente existem por aí algumas exceções, mas eu definitivamente não sou uma delas. No máximo no máximo, sou self-aware, isso é, eu percebo o quão objetivamente idiota é o que eu estou fazendo, ou sentindo, sendo impulsionado pela burrice característica dessa fase da vida.

Mas eu continuo fazendo, e sentindo. Não tenho como evitar. É simplesmente uma constante universal: um adolescente está destinado a fazer as besteiras mais vergonhosamente estúpidas do mundo, e o único remédio pra isso é sair da adolescência, sem morrer antes disso – feito muitas vezes tornado mais difícil, aliás, justamente por causa de algumas besteiras adolescentísticas particularmente retardadas. Sim, adolescentísticas.  Isso a partir de agora é uma palavra, não importa quantas linhas vermelhas o Word coloque embaixo dela. E eu decreto seu Aurélio oficialmente desatualizado.

Mas, como eu dizia, todo adolescente é estúpido. Eu incluso. E esse é um conto sobre uma das situações mais adolescentísticas da minha vida. Aconteceu há alguns meses atrás, e minha memória nunca foi das melhores, mas de qualquer forma, posso dizer que a maior parte do que for narrado aqui tem um grau razoável de fidelidade com o que de fato ocorreu. Não que faça muita diferença pra você. Enfim.

O nome dela era Saya. Me senti atraído por ela no momento em que a vi. Ela era, de longe, uma das pessoas mais lindas que eu já tinha visto. Essa opinião continua até hoje, aliás. Ela tinha cabelo escorrido, e preto bem escuro, contrastando com a pele, que era branquinha, mas sem ser branca demais. Os olhos, puxados bem de leve, mas o suficiente para deixar clara sua ascendência oriental, eram também grandes, dando à ela uma aparência inocente, jovial, quase infantil mesmo. Se não me engano, ela tinha covinhas nas bochechas quando sorria. Ou talvez não. Eu avisei que minha memória não era das melhores. Vamos fingir que ela tinha covinhas. Ela era também mais ou menos da minha altura, ou, em outras palavras, estava bem no limiar entre “normal” e “baixinha”.

Mas, mais importante de tudo, caro leitor – e aqui começa a parte adolescentística da história -, ela era caixa de um quiosque num dos parques de diversão da Disney.

Havíamos, eu e minha família, acabado de sair de um brinquedo que, sendo uma das principais atrações daquele parque, tinha uma fila bem longa. Logo ao lado da saída, havia banheiros, e depois de quase uma hora esperando em pé tendo como tomar refrigerante a única forma de passar o tempo, foi ali que meus pais e minha irmã se encaminharam.

A alguns metros dali, havia um quiosque, vendendo algumas bugigangas quaisquer com o tema do parque, e alguns doces sortidos. Essa é a primeira vez da minha vida que eu uso a palavra “sortidos”, aliás. Acho que só conheço essa palavra por tê-la lido em caixas de bombom Garoto. Afinal, existe algum contexto em que essa palavra seja usada que não se relacione com guloseimas…?

Enfim. Onde é que eu tava mesmo? Ah sim. O quiosque com os doces. Então. Lá estavam os doces, e o quiosque. E, atrás do balcão do quiosque, estava ela. Portando um seduzente Uniforme do Quiosque 17 Tamanho Médio – Lavar antes de devolver (é o que eu imagino que estivesse escrito na etiqueta), e entregando a um cliente qualquer os doces por ele recém-adquiridos.

Desnecessário dizer, eu estava encantado. A infância regada a desenhos animados japoneses e video-games me garantiu uma pré-disposição à atração pelas descendentes de terras mais à direita do mapa-mundi, mas ela era diferente. A atração foi, como dizem, à primeira vista.

Visto isso, eu fiz o que qualquer ser humano são, centrado e correto faria: eu fui para trás de uma prateleira particularmente alta de alguma mercadoria merchãdística qualquer, e fiquei observando a coitada da menina de lá. E sim, merchãdística. De merchã. O texto é meu e eu invento quantos adjetivos eu achar conveniente. Pare de encher o saco e me deixa continuar minha história, caralho.

Como eu dizia, eu fiquei de longe, dando regulares espiadas para dar uma olhada na garota. Aqui, aliás, é um ponto em que não importa o quão boa fosse a minha memória, eu não tenho como relatar essa parte de forma confiável. Na minha cabeça, eu era praticamente James Bond, me camuflando perfeitamente entre os transeuntes e as estantes de produtos, ocasionalmente pegando uma mercadoria ou outra para disfarçar, enfim, sem deixar ninguém perceber meu real objetivo ali.

Na realidade, o mais provável é que eu estava disfarçando tão bem quanto o Mister Bean.

Not creepy at all.

Super espião internacional ou personagem de comédia inglesa, a verdade é que eu estava lá, meio escondido, meio disfarçando. E as minhas “observações” (estou me sentindo mais e mais como um psicopata conforme vou escrevendo esse texto) me levaram à seguinte conclusão: a menina devia ser muito gente boa.

De verdade. Ela tratava todo mundo, sem exceção, com uma boa vontade do tamanho do mundo. Atendia todos os clientes com um sorriso no rosto, e com as hipotéticas covinhas acompanhando. Vez ou outra, a via conversando com uma das outras atendentes do local, e ela estava sempre sorrindo, aqueles sorrisos honestos que você inconscientemente acompanha. E ria com algo que a colega de trabalho tinha dito, ou ia cumprir algo que a mesma pediu, com a mesma felicidade de sempre. Ok, é difícil de falar “de sempre” tendo apenas, o que, 10 minutos (minha mãe e irmã, como de costume, demoraram no banheiro) de dados pra computar, mas você me entendeu. Fiquei ainda mais encantado.

E aí vem a parte triste. Tanto pra mim, na hora, quanto pra mim agora escrevendo isso e pra você lendo, que teremos agora que passar por um momento de tão intensa vergonha alheia. Prepare-se.

Chegaram minha mãe e irmã. Veio a mim a realização: o meu pequeno momento “com” a Saya estava prestes a acabar. Não que eu tivesse qualquer esperança ali, minha estupidez de jovem não chegou a níveis tão altos de achar que realmente poderia acontecer qualquer coisa ali. Só cogitar a possibilidade já seria estúpido.

Mas bateu uma tristeza, sabendo que eu com certeza nunca, NUNCA mais a veria. Então botei na minha mente: “Eu vou falar com ela, qualquer coisa. Só pra não dizer que eu nunca tive nem o menor nível de interação com ela”.

Eu sei, leitor. Eu estou com tanta vergonha alheia quanto você. Vergonha alheia de mim mesmo, veja só você.

Pois então. Obviamente, o jeito mais fácil de fazer isso seria comprando alguma coisa. Passei por uma prateleira, peguei um doce qualquer, se não me engano, um Chokito, olhei o preço – dois dólares -, e fui até o balcão. Admito, com vergonha sincera agora, que meu coração estava acelerado. Botei o bombom e o dinheiro na bancada. Contato visual estabelecido. “CALMA, SEU IMBECIL, CALMA”, pensei.

– Vai querer mais alguma coisa? – perguntou Saya, em inglês, simpática como “sempre”.

– Não, só isso. – respondi, também em inglês. Me senti como uma fã do Justin Bieber (“ELA FALOU COMIGO OMG”).

– Não… – olhando pro balcão – …não tem dinheiro o suficiente.

Pânico. “EU DEFINITIVAMENTE COLOQUEI DOIS DÓLARES ALI”. Olhei pra ela confuso.

– …Impostos.

Me dei um tapa mental na testa. “Óbvio”. Pra quem não sabe, lá os impostos não são já incluídos na etiqueta como aqui. Ao invés disso, vem somente o preço do produto mesmo, e os impostos são computados na hora do pagamento. Então, se algo tem na etiqueta o valor de um dólar, na prática você terá que pagar um dólar + alguns centavos dos impostos. “Claro que você não ia passar os únicos 30 segundos da sua vida em que você fala com ela sem cometer nem ao menos um erro idiota”. Mas tentei manter a calma.

– Ah sim. Aqui.

– Obrigada.

Ela operou a maquininha do caixa ali por uns dois segundos, mas que pra mim duraram uma eternidade. Eu estava vidrado.

– Prontinho. Obrigada, e volte sempre!

– Obrigado… – dou uma olhada para o crachá dela, como se eu já não o tivesse lido várias vezes – …Saya.

Por uma fração de segundo ela aparentou estar confusa, mas então entendeu.

– Ah sim! – apontando para o crachá. E deu uma risada.

Ela deu uma risada. Eu fiquei EUFÓRICO. “ELA DEU UMA RISADA”.

Nunca, na minha vida, eu me senti tão feliz ao ouvir uma risada. Eu senti uma honesta paz de espírito naquele momento. Sabia que eu havia, nem que de uma forma inimaginavelmente pequena e não importante, causado um pouco de felicidade para o alvo da minha paixão platônica. Não importava se ela se esquecesse daquele momento 30 segundos depois de ele ocorrer, como provavelmente aconteceu. Como em todos os casos de atração unilateral, ainda mais num caso extremo como esse, o que importava é que eu lembraria. E, como pode-se ver, eu lembrei. Talvez não das covinhas, ou da falta delas, mas lembrei.

E fui embora. Dei uma risada de resposta (aquele clássico “haha” + sorriso para indicar que, ei, que bom que você gostou do que eu disse), dei uma última olhada pra ela, me despedi mentalmente, e fui embora. Minha família ia conversando sobre sei lá o que, e eu apenas pensando na Saya – ah, Saya –, e já sentindo vergonha de mim mesmo pelo grau de idiotice de tudo o que eu tinha feito nos últimos 10 minutos.

Olhei o Chokito na minha mão de forma quase carinhosa. Então o abri. Eu até diria que aquele Chokito teve sabor de saudade, mas isso seria de uma baitolagem extrema.

…Ah, quer saber? Não ligo. Viado é o corno do seu pai. Teve sabor de saudade sim. Saudade da Saya. Ah, Saya…

Os aneis

– Mais uma?

– A saideira.

– Ok. Garçom!

Com isso, tomaram o último gole de seus copos enquanto aguardavam a chegada da próxima e última long neck. O nível etílico dos dois sujeitos já tornava ilegais suas meras existências em pelo menos dezessete países.  Apesar disso, ainda mantinham uma conversa relativamente bem articulada, o suficiente para enganar a maioria das já poucas pessoas restantes no bar – boa parte delas já estava bêbada, de qualquer forma.

O garçom chega rapidamente, devido a vazies do recinto. Enquanto enche os copos, a conversa continua.

– Só tem uma coisa, cara.

– Hum?

– Tem uma coisa que, opa, valeu – dirigindo-se ao garçom -, tem uma coisa só que me tem me deixado meio em dúvida em relação a pedir a Lúcia em casamento.

– Que houve mano?

– É que ela não gosta de… anal.

Gustavo nem tentou se conter: deu uma gargalhada alta, angariando alguns olhares tortos. Quando finalmente se acalmou, o outro completou:

– É sério cara.

– Mano, tu gosta mesmo tanto disso pra te fazer pensar duas vezes antes de se casar com ela?

– Esse é a parte estranha: não.

– Não?

– Não.

– Então qual é o problema?

– É que ela não gosta, e não faz.

E qual é o problema?

– Pra falar a verdade, eu acho meio nojento até.

– Então qual é o problema?

– Só pra ter uma ideia eu só fui descobrir isso, que ela não gosta, já no terceiro ano de namoro.

 – Vai me responder ou não?

 – A gente tava meio bêbado, a luz tava apagada, eu acabei errando o buraco.

 – Bem tua cara, Carlos. Agora me responde.

 – Ela quase me matou aquele dia. Desde essa… ocasião… eu fiquei encucado com isso.

 Por quê?

 – Não sei, cara. – Tomou um longo gole da cerveja, e continuou – E se eu começar a gostar daqui a alguns anos? E quando ela ficar grávida, eu não vou querer machucar o bebê lá na hora né. E se ela ficar alargada depois do parto? Cê já viu o tamanho da cabeça de um bebê?

– Você tá mais bêbado do que eu pensava.

– Tô num dilema horrível.

– Sei.

– Queria sua ajuda nisso.

– Hum.

Um silêncio se instaurou. Gustavo se pôs a pensar – não podia abandonar seu colega numa hora dessas. Era realmente uma situação muito difícil, ou ao menos foi isso que seu cérebro alterado pela bebida concluiu. Usou então esse mesmo cérebro alterado para começar a procurar uma solução para o problema.

A forte chuva de álcool que parecia nunca acabar causou caos em várias das estradas por entre as seções de massa cinzenta. As pistas inter-neurônios estavam alagadas. O córtex motor estava completamente engarrafado. Impulsos elétricos carregando informação recebida no labirinto derrapavam ali no seu caminho em direção ao lobo parietal e acabavam atropelando alguns pedaços de raciocínio inocentes que tinham errado se perdido do córtex pré-frontal.

Depois de um tempo de completa seriedade, virou-se para o amigo e disse em um tom meio pensativo:

– Um anel por um anel…

– Oi?

– Um anel por um anel, cara.

– Mas o que diab… Não, pera, você não quer dizer…

– É isso mesmo que eu quero dizer. É o seguinte: Você tem que botar essa escolha na mão da Lúcia. O que ela prefere: continuar regulando a mixaria ou se casar?

– Não cara. Isso é quase… não, isso é chantagem.

– Espera, você não ouviu a parte mais genial do meu plano ainda.

– Que seria?

– Quando ela escolher se casar, depois você não precisa fazer nada, já que você não gosta também. Diga que não vai obriga-la a nada. Você se casa com ela, consegue o que queria, que é só a possibilidade da situação, e ainda passa como o marido bom que não vai impor nada à ela.

– Você… Você é um gênio, cara.

– Amigo é pra essas coisas, mano.

– Brigadão. De verdade.

– Não esquenta.

– Ih, acabou a cerveja.

– Bora mais uma?

– A saideira.

– A saideira.

Pomodoro – Um jeito diferente de estudar, ou de ser produtivo em geral

Então você finalmente decidiu começar uma rotina de estudos. Uma hora por dia, só pra você ir se acostumando com a ideia de dedicar tempo livre à algo não tão divertido. Quando finalmente chega na hora de você estudar, você resolve dar aquela última passadinha no Facebook, dar aquela olhada rápida no Twitter, checar os e-mails só pra ficar de consciência limpa, afinal, você vai passar uma hora inteira desconectado, é bom deixar tudo “limpo” pra garantir que não terá distrações. Mas no Facebook alguém mandou um link, que te leva pra um site diferente, que te leva à outro, e quando você vai ver, já passaram 3 horas e você não estudou nada.

Esse método torna mais fácil não cair na procrastinação, porque ele funciona dividindo o que você vai fazer em pequenas partes chamadas “pomodoros”. Cada pomodoro consiste em 25 minutos de fazer seja lá o que você tem que fazer, seguidos de 5 minutos de “descanso”.

Digamos que você tem que passar duas horas estudando. Ao invés de você pegar e fazer essas duas horas direto, você divide ela em quatro pomodoros. Durante 25 minutos, você tem que estar absolutamente concentrado: não vá ao banheiro, não pare pra entrar no Facebook, nada. Concentração total.

Passados os 25 minutos, você tem 5 minutos pra fazer tudo isso. veja seus e-mails, vá no banheiro, sinta-se livre pra fazer o que quiser durante esses minutos de liberdade. O único requisito é, terminados os cinco minutos, você já deve estar sentado na frente da mesa, pronto pra começar mais um pomodoro.

Caso seja uma tarefa particularmente longa (mais de duas horas, por exemplo), adicione um período de descanso maior a cada 4 pomodoros. Esse período maior pode ser entre 10 e 30 minutos.

O motivo que eu acho que torna isso mais eficiente do que uma hora direto, é justamente que ele permite essas pequenas liberdades. Quando der a hora de estudar, você inicialmente pode pensar “Vou só ver o Twitter rapidinho”, mas pergunte a si mesmo: isso é mesmo tão importante que você não possa esperar 25 minutos? 25 minutos apenas.

Você pode até estar pensado “Mas, hey, se eu quero fazer uma hora, só dois pomodoros não bastam, daria apenas 50 minutos!”. Por um lado, objetivamente, 60 minutos é realmente melhor que 50. Mas sabe o que é pior que 50 minutos? Não fazer nem 1 minuto, porque você nem começou, perdendo tempo procrastinando.

Esse é o método que eu venho usando ultimamente. Inclusive, já mudei lá no HabitRPG o meu “7 horas de estudo por semana” por “15 pomodoros por semana”, que seria o equivalente.

Então é isso. É só lembrar da fórmula: 25 minutos de trabalho, 5 de descanso. Além disso, lembre-se de que o que serve pra mim pode não servir pra você, então experimente com esse e outros métodos, e adote que que funcionar melhor pra você.

Ok, responderei ao que você tá pensando desde que leu o título desse texto: “Quem foi o imbecil que inventou um tão nome estúpido como Pomodoro?”

Essa técnica foi inventada por um maluco chamado Francesco Cirillo. A lenda é que ele estava na cozinha tentando estudar, quando teve a idéia dos 25 minutos estudando mais 5 de descanso, e pra avisar quando desse o tempo, ele usou um timer em formato de tomate. Pomodoro significa tomate em italiano, e assim foi batizada a técnica.

Tá pensando o que? PontoTraçoPonto também é cultura!

…Eu realmente preciso de um nome novo pra essa joça.

HabitRPG – Deixando de Ser Vagabundo 101

Ok, já faz um tempo que to falando de escrever isso e sempre deixava pra depois. Até agora.

Pois bem, nessa minha “jornada” pra começar a ser mais produtivo, eu encontrei um sitezinho muito bom e que tem me ajudado muito na minha desvagabundização, e pode ajudar na sua também. E sim, estou assumindo que você seja vagabundo, porque você está lendo isso ao invés de estudar pra prova ou de se exercitar como não só deveria, mas se prometeu fazer mas resolveu esperar “até segunda” pra começar a fazer. Você deveria se envergonhar, cara.

young man going thumb down

Cara aleatório do Google Imagens está desapontado

Mas então, o site. A parada se chama HabitRPG, e o funcionamento dela é o seguinte: você cria um personagem, e coloca as coisas que você tem problema em fazer por causa da preguiça, ou qualquer que seja o motivo que te atrapalhe (mas admita, é preguiça). Quando você não faz o que se propôs a fazer, você perde pontos. Quando você faz, ganha pontos de experiência e dinheirinho no jogo. Basicamente, sua vida vira um videogame! Essa é, inclusive, a premissa do negócio, como o próprio nome deixa claro.

Sem título.png
Essa é a interface da parada. No topo, você tem sua barra de *life*, e logo abaixo sua barra de experiência. Caso sua vida acabe, obviamente, você morre. Não sei exatamente o que acontece quando você morre, já que nunca passei por isso, mas logicamente você perde seus itens (sim, dá pra comprar itens, chego nisso mais tarde), e provavelmente possui mais alguns outros efeitos.

No canto superior direito, existe uma pequena imagenzinha com seu personagem. É possível alterar o sexo entre masculino e feminino, escolher a cor do cabelo e da pele. É feito num pixel-art não muito forte, mas que cumpre perfeitamente seu papel, dando uma sensação bem *videogamística*, além de ser uma representação visual do seu progresso, conforme você adquire equipamentos, armaduras, Pokémons, etc. Na real são só animais mesmo, mas qual a graça disso?

06041801_blog.uncovering.org_tigre

Um tigre de estimação? Pffff, me chame quando ele conseguir aprender Flamethrower

As três primeiras colunas servem para mostrar as tarefas que você quer fazer. Cada uma se dedica à tipos diferentes de atividades.

-Habits: Para coisas que você faz ou pode fazer várias vezes ao dia. Digamos que você quer passar a usar mais a escada ao invés do elevador. Você coloca ali “Usar escada ou elevador”, e a tarefa vai ser criada. Do lado, existem duas opções, um “+” e um “-“. Quando você usar a escada, adicione um +. Quando não, clique no -, e serão deduzidos alguns pontos da sua vida.

Além disso, é possível colocar tarefas que possuem apenas o + ou apenas o -. Se você quer parar de roer unha, por exemplo, faz sentido colocar apenas o -. Se você gostaria de ler mais, mas não tanto a ponto de ser prejudicado caso não leia – isso é, quer apenas um pequeno incentivo a mais -, adicione um “Ler durante 1 hora” apenas com a opção do +.

2

Eu posso sonhar, não posso?

-Dailies: Aqui, você coloca as tarefas que você quer fazer recorrentemente. Aqui, simplesmente há o quadradinho para que você marque se fez ou não. No fim do dia, o que você completou adiciona ao seu balanço, e o que você não cumpriu é deduzido do seu HP. O horário em que isso ocorre é configurável, então se você costuma ficar acordado até tarde, é possível colocar o horário de computar suas tarefas para 3 da manhã, ao invés do padrão de meia-noite, por exemplo.

Ao contrário do que o nome indica, as tarefas não precisam necessariamente ser diárias: há a opção de tarefas apenas em dias específicos da semana.

1

Infelizmente, a opção “Domingo sim, domingo não” ainda não foi implementada

-Todo / Tasks: Uma simples listinha to-do mesmo. Tem que ligar pra alguém? Ajeitar a torneira do banheiro? Organizar essa gaveta na mesa do computador onde você joga literalmente tudo e já está num estado em que ela mal consegue abrir? Anote ali, e quando você finalmente fizer isso, marque sua pequena vitória.

3

Yep, I said it

Agora, a verdadeira mágica é o sistema pelo o qual o app contabiliza o que você faz ou não faz. Tarefas diárias que você anda pulando, ou tasks que você criou a muito tempo mas não cumpriu começam a ficar vermelhas. Os dailies vermelhos deduzem mais vida do que o normal se não cumpridos, mas assim como as tasks vermelhas, possuem recompensa maior que o normal, te incentivando a cumprir essas tarefas especialmente.

Já quando um dailie está sendo cumprido todos os dias, por exemplo, ele fica verde, e sua recompensa diminui, mas seu “dano” também. Assim, você pode relaxar um pouco em coisas que está indo bem. Mesmo assim, ele ainda te dá um incentivo para continuar fazendo o que já faz: quando você faz vários dias seguidos da tarefa, você inicia um combo, e possui uma chance de receber um ovo (de onde vem os Neopets que eu citei antes) ou uma poção (usada para rachar os tais ovos) cada vez que completa a tarefa. Quanto maior o combo, maior a chance de receber um desses, então você não vai querer “quebrar” um combo depois de 5 dias direto fazendo algo, né?

Finalmente, na última coluna, existe um tipo de loja. Ali você pode comprar equipamentos como espadas e armaduras, por exemplo, que aumenta o quanto você ganha de experiência e diminui o quanto você perde de vida, respectivamente.

Além disso, você pode adicionar suas próprias recompensas. Se você é fã de alguma série, por exemplo, você pode criar a recompensa “Episódio da Série X”, colocar que ela vale, por exemplo, 25 moedas, e só se permitir assistir um episódio novo após conseguir comprá-la. Para isso, você tem que ganhar dinheiro realizando suas tarefas, então o incentivo é ENORME, além de te privar do que provavelmente é um dos meios que você usa pra procastinar. Eu, por exemplo, estou economizando pra começar a jogar o 3° jogo do Ace Attorney.

4

SÓ FALTA MAIS UMA MOEDA

Se não me engano, no início, essa coluna é bloqueada, e liberada apenas a partir do segundo ou terceiro nível. Eles passam bem rápido, então isso não é um problema.

A parada tem mais várias pequenas features interessantes, mas essas são as principais. Agora, fica a questão que possivelmente alguns de vocês estão se perguntando: “Ok, mas que diabos isso vai me ajudar? Ela não me obriga a nada de verdade, eu posso só ficar colocando que já fiz as coisas quando na real eu não fiz”

É verdade. Ela não te obriga a nada. Você pode simplesmente roubar. O negócio é o seguinte: quem você vai estar trapaceando de verdade? O jogo não é multiplayer, só existe uma pessoa ali que dá a mínima pra sua pontuação, e é você mesmo. Ali, você não é só o Player 1: você é o chefão final a ser superado.

mnight-tv-top.jpeg

“BRAVO! FUCKING BRAVO!” – M. Night Shyamalan

Isso é absurdamente parecido com a vida real, aliás: Só o que importa é o que você realmente faz. As mentiras que você conta à si mesmo para se sentir melhor não te tornam de fato uma pessoa melhor.

Dito isso, o site realmente ajuda muito, porque ele te dá uma visualização bem direta do que você está fazendo bem, e aonde você precisa melhorar. Além disso, apesar do seu bonequinho não ter nenhum valor físico real, ver a vida dele se esvaindo dia após dia devido à sua preguiça de levantar da cadeira e fazer alguma coisa é agoniante.

Also: já espere começar falhando bastante. Muito provavelmente você vai colocar muito mais do que você realmente consegue fazer, e possivelmente vai ficar frustado e desistir completamente. Dica: isso é normal. Eu aviso que é sempre melhor começar aos poucos, e ir aumentando a quantidade com o tempo, mas mesmo assim, provavelmente você vai exagerar. Caso você veja que a razão de não estar conseguindo fazer o que se propôs é mais por ser humanamente impossível do que por falta de vontade, diminua a quantidade de tarefas, e não se sinta mal por isso.

Agora vai lá: entre no site, crie uma conta, coloque a página como homepage, e vá ser, mesmo que apenas um pouco, menos vagabundo.

Ligeiramente Interessante

O que eu mais gosto na internet é que além de ser só uma versão melhorada dos meios de comunicação anteriores, com ela é possível alguns conceitos que eram completa e absolutamente absurdos anteriormente. Falar com gente que está literalmente do outro lado do mundo é um exemplo. Pornografia grátis e virtualmente ilimitada é outro. Mas às vezes, a internet vai além do óbvio, e temos como resultado o que é o tema desse texto.

É o seguinte. Existe esse site chamado Reddit, que caso você não conheça, já me diz que você não passa tempo o suficiente na internet, mas dou-me o trabalho de explicar como é o negócio: É, mais ou menos, um Tumblr coletivo. Existem várias divisões no site (chamados subreddits) dedicados cada um à um tema específico, onde as pessoas postam coisas relacionadas a esses temas: vídeos, imagens, notícias, whatever. As pessoas então votam nessas postagens, e as com mais votos ganham destaque e vão pra frontpage, a “página principal” do subreddit.

Em geral, esses subreddits são o que você esperaria da internet. Tem o subreddit dedicado à coisas engraçadas, tem o dedicado à games, tem o dedicados à japinhas gostosas, o de sempre. Às vezes eles vão um pouco além do que você normalmente esperaria, como é o caso desse dedicado à imagens estranhas e bizarras com pirombas (aviso, não clique, NSFL), ou desse, que possui como tema dragões fazendo sexo com carros (aviso, clique, é hilário), ou ainda desse, que é dedicado à (ugh, fico mal só de digitar)… Nicolas Cage.

Mas às vezes, algumas poucas vezes o que é criado é um conceito absolutamente novo e, na minha opinião, genial. É o caso do Mildly Interesting, ou traduzindo, Ligeiramente Interessante.  Na verdade uma tradução mais correta seria “medianamente interessante”, mas cá entre nós, que tipo de mongol fala “medianamente” hoje em dia?

Mas então. Esse é um subreddit dedicado à coisas que são, you know, levemente interessantes. Não MUITO interessantes, atente. Levemente interessantes.

Sabe aquelas situações em que você está de bobeira conversando com os amigos, por exemplo, e eis que de repente você repara que, hey, a sombra do Rogério parece com o Abraham Lincoln!

“Finalmente esse seu cavanhaque escroto serviu pra alguma coisa útil!”

Ou então, você tem que digitar aqueles códigos para provar que você não é um robô antes de baixar o último episódio de Game of Thrones, e você recebe não só duas palavras iguais, mas as duas são “same”:

Caso você seja burro e não saiba, “same” significa igual / o mesmo

Essas situações assim. Existe algo de estranhamente satisfatório nessas situações. Algo quase… primal. É um momento em que coisas aparentemente não relacionadas se encontram e se encaixam de uma forma tão perfeita e sutil, que por alguns segundos você sente uma felicidade sincera, do tipo que você só sente quando se dá conta de que, caramba, essas bolhas são bem mais homogênias que o normal!

Nem tente fingir que você não sorriu vendo essa foto

Entende? É um sentimento interior, natural, por um momento é como se o universo inteiro tivese conspirado para que essa pequena coincidência tivesse acontecido, e bosta, aposto que você acha que to usando umas drogas pesadas demais. Não to drogado, fio. É a mágica do Levemente Interessante. 

O que me leva a outro ponto. Às vezes, algo é um pouco interessante, mas não o suficiente pra nos dar o sentimento pleno do Levemente Interessante (sim, isso é nome próprio agora).

Como encontrar seis carros pratas seguidos

Sabe, é mais que meh, mas menos que ligeiramente interessante.

Algumas vezes, ele se encontra mais ao topo da parábola do interessante, quando é uma coincidência maior, ou alguma peculariedade inesperada.

Tipo o seu Corneto vir sem a casca

Mas às vezes, raríssimas vezes, o universo nos presenteia com algo que é exatamente tão Interessante quanto o necessário. Algo com uma quantidade tão alta de Ligeiramente, que é impossível pensar qualquer coisa além de que se existe mesmo um deus, e ele criou o universo com um propósito, foi pra que aquele momento ocorresse. O epítomo da Criação, certamente. Uma pequena fração de segundo onde ninguém no mundo sentiu fome, a dor de todos é diminuída à zero, e não há nenhum aparelho eletrônico no planeta tocando algo da Nicki Minaj.

Os pássaros cantam, os bebês sorriem, um corintiano é preso, um panda nasce, a vida floresce mais feliz em todo o globo, porque o universo, num momento de inspiração magistral, fez com que você, ao circular algo no seu caderno duas vezes, fez com que os pontos em que os círculos se cruzam por algum acaso também se cruzassem exatamente com as linhas do caderno:

AAAAAAAAAWWWW   YEEEEEAAAAAAHHHHH

Sentiu isso? Como uma coceira lá no fundo do seu cérebro, que finalmente você alcançou. Aquele êxtase momentâneo, aquela sensação de vitória, aquela realização de que esse foi um dos momentos mais Ligeiramentes da sua vida, e que quando você se de conta ele já passou. É quase uma metáfora pra todos os momentos bons que agente vive mesmo: você só percebe o quão bom ele foi quando ele já acabou, e não, porra, já disse que eu não to drogado, pare de me olhar com essa cara.

Paradoxalmente, algo pode ser TÃO ligeiramente interessante, que ele se torna realmente interessante. E o contrário não pode acontecer. E isso por si só é bastante interessante.

Mas é isso. Aah. Eu não consigo nem pensar direito agora, depois de ver aquela imagem. É perfeito demais. Vou até botar ela de novo, porque why the hell not?

Magnificente.

Vou dormir como um anjo hoje. E você, clica aqui pra ver mais coisas com alta dosagem de Ligeiramente. Você não vai se arrepender, sério.

Ah, quem eu quero enganar? Você quer é o sub das japinhas gostosas né? Sobe lá e busca o link, que tô com preguiça de procurar a URL delas de novo. Ou clica no do Ligeiramente Interessante que tá logo ali, ó. Sua escolha.

As bombas e as torres

Esse foi um texto que eu escrevi para uma aula de Geografia. A proposta de texto era “Faça uma comparação entre a utilização de bombas atômicas na 2ª Guerra Mundial, e os atentados de 11 de Setembro”. Desnecessário dizer, esse meu professor é um tanto quanto anti-EUA. Ele, por exemplo, tem “certas duvidas” sobre se o 11 de Setembro não foi orquestrado pelo próprio governo americano. Porque, obviamente, se tem uma pessoa destinada a conseguir ver a verdade por trás das mentiras da maior superpotência do mundo, é um professor de Geografia de Foz do Iguaçu. 

Basicamente um James Bond da vida real.

De qualquer forma, esse foi o texto que eu escrevi:

Comparar o ataque à Hiroshima e Nagasaki durante a 2ª Guerra Mundial com o atentado às torres gêmeas é, para dizer o mínimo, uma análise rasa e, não raramente, sinal de antiamericanismo gratuito. Uma tentativa fraca de demonizar um país inteiro.

O argumento mais comum para classificar o uso de bombas atômicas contra o Japão como forma de terrorismo é o que ele matou principalmente civis. Enquanto isso é definitivamente um ato covarde e terrível, devemos lembrar-nos do contexto histórico em que isso ocorreu, nesse caso, o contexto era não só o de uma guerra mundial, mas também o da maior corrida armamentista da história. Engana-se quem pensa que os EUA foram o único país a tentar construir armamento atômico, e um dos países nessa corrida nuclear foi – adivinhe – O Japão. E querer com todas as forças fazer com que os Estados Unidos passem por vilão é o único motivo que poderia levar alguém a acreditar que o Japão hesitaria por um segundo de utilizar bombas atômicas sobre os americanos, tivesse ele dominado a tecnologia nuclear antes dos ianques. Logo os japoneses, que usavam seus próprios aviões como mísseis tripulados.

Esse é o ponto principal: nessa época, todos estavam dispostos a tudo. A propaganda havia distorcido a mente de todos em ambos os lados da guerra, e a imagem que vinha à cabeça das pessoas ao citarem os inimigos de seu país era mais que a de um ser sub-humano. Era a imagem de uma praga, que não apenas deveria, mas merecia ser dizimada a todo custo. E, levando isso pra questão moral, não há diferença nenhuma entre querer e estar totalmente disposto a matar uma nação inteira (e apenas não fazer isso por não possuir os meios necessários), e conseguir efetivamente realizar tal ação.

Dito isso, é possível argumentar ainda que mesmo o próprio Japão não deu a devida importância aos ataques, mais precisamente, à primeira bomba lançada. Não só eles não se renderam, como o governo já tinha começado a anunciar que o incidente em Hiroshima havia sido não um ataque, mas sim algum fenômeno natural desconhecido. A cultura japonesa sempre foi muito ligada à honra, e a rendição seria, na visão deles, desonroso para com o Império, e assim um fado ainda pior que a morte de milhares de seus compatriotas. Apenas após a completa destruição de duas cidades o imperador assinou a rendição de seu país, e, digno de nota, é o fato de que foi tentado um golpe de Estado logo antes disso. O motivo do golpe? Impedir que o imperador se rendesse.

Nada disso torna o ato dos americanos menos pior, de nenhum jeito. A questão é que eles também não foram algum tipo de vilão sem preocupação com éticas ou morais. Eles apenas cometeram o erro que seu inimigo não pensaria duas vezes em cometer.

O que é muito diferente de um atentado terrorista, que tem como objetivo apenas divulgar uma mensagem radical ao custo de vidas de pessoas que nem sequer sabiam que eram “inimigas” de alguém, ou que havia uma disputa para começo de conversa. Isso porque na maior parte das vezes, realmente não há. Há apenas a mente deturpada de algumas poucas pessoas, que concluíram que o jeito mais fácil de fazer as pessoas concordarem com elas é através da violência gratuita.

Por sorte, o número de gente assim é cada vez menor. Pensando bem, não podemos nem considerar esse tipo de pessoa como sendo um ser humano. São animais, que merecem ser obliterados da face da Terra. Seria completamente justificado, visto que são basicamente bárbaros.

Esse discurso soa familiar pra você? Acredite, não é mera coincidência.

Updatezim e mudança de planos

Saldo do meu primeiro trimestre de auto-melhoramento:

100 em Ensino Religioso lol

Nada mal. Nada mal at all. Mas ainda dá pra melhorar. E é o que pretendo fazer esse trimestre agora. Mas pra isso, farei algumas mudanças no meu approach em relação aos estudos e produtividade em geral.

Haha, e essa agora? Itálico pra destacar palavrinha estrangeira, quanta classe. Mas divago.

O negócio é o seguinte: quando comecei com tudo isso, o que eu estabeleci pra mim mesmo foram metas diárias. Estudar tanto tempo todo dia, ser produtivo por mais tanto tempo todo dia. O problema com isso é que de vez em quando você simplesmente não consegue fazer o que estipulou, seja por compromissos inesperados, seja por um dia mais cansativo que o normal, seja apenas por preguiça mesmo. Acontece.

O problema é que essas pequenas exceções vão se acumulando, e pior, vão se tornando mais frequentes. Quando me dei conta, estava praticamente no ponto inicial novamente, como a falta de posts por dois meses aqui deixa claro.

Por sorte, os esforços que tomei lá no começo do ano não foram em vão, e eu nunca realmente tive dificuldades com a escola, então minhas notas foram muito boas. Mas poderiam ser melhores. Como li uma vez, o pior inferno possível seria um em que você se encontrasse com versões mais bem sucedidas de si mesmo, versões essas que você poderia ter se tornado se tivesse caso esforçado mais do que se esforçou.

E é por isso que estou fazendo essas alterações com meus objetivos. Agora, o que eu me estabeleci são metas semanais. Toda sexta feira, eu tenho que ter completado as seguintes metas:

– 6 horas de estudo

– 2 textos

– 1 desenho

Pode não parecer muito (porque não é), mas é alguma coisa, e eu não estou preso a algo diário. Num dia que eu esteja me sentindo particularmente vagabundo, posso deixar para compensar essa preguiça no dia seguinte, ou em doses homeopáticas ao longo do resto da semana. Do mesmo jeito, caso eu esteja me sentindo num ânimo produtivo, posso fazer mais do que o normal, e me permitir relaxar mais nos dias seguintes.

Ainda tenho ajustes a fazer nesse sistema, óbvio. Mas acho que vai funcionar, ou ao menos vai funcionar melhor / por mais tempo que o anterior. Veremos.

Ehnois.jpg

Passei mais uma semana sem falar nada aqui né? Mas dessa vez foi por um bom motivo: essa última sexta tive simulado. E passei a semana inteira estudando para ele. Resultado? Simplesmente a maior nota de TODAS AS TURMAS da minha série.

Orgulho de saber que ganhei essa nota não só porque dei sorte na loteria genética e nasci com uma facilidade maior de absorver conteúdo, mas também (mas PRINCIPALMENTE, aliás) porque ralei pra conseguir isso. Feels good, man.

E hoje, recebo uma surpresa ótima: a escola resolveu recompensar os alunos que se saíram melhor no simulado do melhor jeito possível: chocolate.

Ovo da Bis ainda cara, né poucas merdas não

E agora, tenho um feriadão pela frente, quais meus planos pra ele? Estudar mais. Ok, ok, não vou estudar o feriado inteiro, mas principalmente vou organizar um resumão de todas as matérias agora, e se ficar legal vou até compartilhar com o pessoal da minha sala. Aprender E ser prestativo, não poderia ser melhor plano.

E agora, com estudos não TÃO intensivos, e, principalmente, estudando só em casa, sem ir pra escola por esses diazinhos, vou ter mais tempo de postar aqui. Show de bola, como diriam tias de meia idade querendo pagar de novinhas e o narrador da sessão da tarde.

Mas porra, que orgulho cara. Que orgulho. 🙂

Sou uma vergonha mesmo

Duas semanas com isso abandonado, ê beleza. Nada melhor pra um ano produtivo do que isso, né?

Bem, em minha defesa, eu não abandonei a horinha produtiva. Só que essas duas semanas, tentei outras coisas além do blog. Brinquei um pouco no Mario Paint, desenhei (coisa que há um tempo já não fazia), reorganizei minha Área de Trabalho.

A única coisa que realmente acho que vacilei, foi o post sobre o HabitRPG que até agora não fiz. É engraçado como o cérebro funciona: Você consegue ir bem, se manter na rotina, até que você promete pra alguem, já confiante, “Juro, não tem jeito de eu falhar agora”, e a simples ação de prometer isso faz a tarefa aparentar ser ainda mais “obrigação” do que antes, e, logo, sua preguiça de cumprí-la aumenta exponencialmente.

“Não se preocupe, prometo que faremos o possível pra que ele não fique só desse tamanho após a cirurgia”

Aliás, é bem estranho ficar aqui me explicando, já que um existe um total de 0 pessoas que leem isso.

A quantidade de bolas de feno rolando por aqui, porém, tem crescido consistentemente

Anyway, caso eu faça algo diferente de escrever (desenho / vlog / paródia pornô de Teletubbies), passarei a postar aqui, ao menos. Prometo.